Anotações Biográficas (2): Humberto e Glória
“Mas eu e a minha família serviremos ao Senhor”
A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS
Em São Paulo passamos a frequentar a Igreja Batista do Brás sob a direção do Pastor Rafael Gióia Martins, porém em inícios de 1959 ocorreu um fato que iria mudar as nossas vidas. Esteve em nossa Igreja um Pastor de Belo Horizonte, José Rego do Nascimento, fazendo uma semana de conferências sobre o Espírito Santo. Demo-nos conta então, que a imposição de mãos para recepção do dom do Espírito Santo, prática comum entre os cristãos primitivos, não existia entre os Batistas, daí, iniciamos uma fase de muito estudo bíblico e depois, pesquisa entre os Pentecostais. Sentimos que estes últimos não se enquadravam muito bem nas admoestações do Apóstolo Paulo quanto ao dom de línguas e, pesquisando, um dia, estando muito atribulados e confusos, oramos ao Pai pedindo orientação. Tivemos então a inspiração de pesquisar a lista telefônica. Encontramos A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e para lá telefonamos. Tivemos um primeiro contato onde fizemos as perguntas :
– Aceitam Jesus Cristo como o Filho de Deus e o Salvador ?
– Aceitam a Bíblia como a palavra de Deus ?
– Aceitam o batismo por imersão ?
– Aceitam a imposição de mãos para recepção do dom do Espírito Santo ?
– Lavam os pés uns dos outros como Cristo recomendou, em sinal de humildade ?
Todas as perguntas tiveram resposta positiva e quanto à última, nos foi dito que tal prática era feita mas somente dentro dos templos.
Naquela ocasião, um dia, enquanto orava, tive um vislumbre de um belo edifício, com torres ponteagudas e ouvi, dentro de minha mente as palavras : “Procure as torres”.
Reconheci, posteriormente, as torres do templo de Lago Salgado onde, em 1-ABR-1969 nos selamos para a eternidade. O nosso batismo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi em 9-MAI-1959 em São Paulo, na pia batismal da Casa da Missão, na Rua Itapeva, 378.
Inicialmente frequentamos a Igreja no Ramo do Centro. O Presidente na época era o irmão José Lombardi e depois o irmão Werner Kurt Spörl. Mais tarde frequentamos o Ramo da Penha, o Ramo Pinheiros 2, a Ala 5, o Ramo de Vila Sônia e atualmente o Ramo Ferreira.
CARGOS NA IGREJA
Eu e a Glória tivemos inúmeros cargos na Igreja :
Eu :
Superintendente da Escola Dominical – Ramo da Penha.
Líder da Escola Dominical – Missão.
Líder de Genealogia – Missão.
Secretário do Ramo – Pinheiros 2.
Secretário Executivo – Pinheiros 2.
Professor do Curso de Genealogia – Pinheiros 2
Membro do sumo-conselho do Distrito S. Paulo
Secretário Financeiro do Ramo Pinheiros 2
Conselheiro do Presidente Júlio Klappoth – Ramo Pinheiros 2
Conselheiro do Bispo Júlio Klappoth – Ala S. Paulo 5
Professor de Treinamento Didático – Ala S. Paulo 5
Bispo da Ala S. Paulo 5 (por 5 anos)
Membro do Sumo-Conselho da Estaca S. Paulo
Regente do Coral do Ramo de Vila Sônia
Presidente do Ramo de Vila Sônia (por 2 anos)
Oficiante do Templo de S. Paulo
Membro do Sumo-Conselho da Estaca S. Paulo
Diretor do Centro de Treinamento Missionário (Jan-1981 a 3-Mar-1983)
Missionário na Missão Brasil Recife
2o Conselheiro na Missão Brasil Recife
Diretor do Centro de História da Família – Estaca S. Paulo
Secretário Executivo na Estaca S. Paulo
Secretário Financeiro da Estaca S. Paulo
Secretário da Estaca S. Paulo
Supervisor dos Seladores do Templo de S. Paulo
Secretário Executivo da Estaca S. Paulo Taboão
Secretário da Estaca S. Paulo Taboão
Diretor do Centro de História da Família da Estaca S. Paulo Taboão.
Glória :
Primeira Conselheira da Primária do Ramo da Penha
Primeira Conselheira da Primária da Missão
Presidente da Primária do Distrito S. Paulo
Presidente da Primária da Ala 5
Professora da Sociedade de Socorro da Ala 5
Professora de Membros Antigos da Ala 5
Professora de Treinamento Didático da Ala 5
Conselheira da Pres. Primária da Estaca S. Paulo
Presidente da Primária da Estaca (1978 – Centenário da Primária : plantou uma árvore de pau brasil na capela do Caxingui, comemorativa dos 100 anos da Primária.)
Oficiante do Templo de São Paulo
Professora do Seminário da Vila Sônia
Presidente da Sociedade de Socorro da Estaca S. Paulo
Representante da Soc. de Socorro junto à Presidência de Área.
Co-Diretora do Centro de Treinamento Missionário
Líder de Música da Primária da Estaca
Extratora de registros no Centro de História da Família
Conselheira da Soc. de Socorro da Estaca
Missionária na Missão Brasil Recife
Presidente da Soc. de Socorro da Ala de Vila Sônia
Líder de Música na Primária da Ala de Vila Sônia
Líder de Música na Primária da Ala do Ferreira
Presidente da Primária da Ala do Ferreira
Presidente da Primária da Estaca S. Paulo Taboão.
O ACIDENTE DA MARISA
Em 1959, estávamos morando numa casa que tínhamos comprado no Jardim Nossa Senhora do Carmo, próximo de Itaquera. Havíamos ficado com uma mocinha chamada Eunice, para criar, tendo em mente adotá-la. Ela se tornou muito amiga da nossa filha mais velha, a Marisa, de modo que sempre estavam juntas brincando ou fazendo os trabalhos delas. Um dia uma senhora muito pobre foi lá em casa com duas crianças pequenas e nós e nossa vizinha lhe demos alguns mantimentos, de modo que, ficou difícil para ela ir com os pacotes e mais duas crianças até o ponto do ônibus, na estrada, uns 100 metros abaixo de nossa casa. A Eunice e a Marisa logo se prontificaram em ajudar a mulher a carregar os pacotes e, mal o ônibus começou a ir embora, a Eunice puxou a Marisa muito afoitamente para atravessarem a pista. No momento vinha um caminhão em velocidade, o qual atropelou as duas. A Glória viu de longe e ficou desesperada. Felizmente não foi um caso fatal. Embora o caminhão tivesse passado sobre a Marisa, suas rodas não a atingiram, senão de raspão. Ela teve escoriações sérias das quais até hoje tem as cicatrizes mas, felizmente não quebrou nenhum osso. Foi depois, quando ainda não sabíamos de seu estado, abençoada na Casa da Missão por dois missionários e também por uma autoridade geral da Igreja, que no momento estava no Brasil. A Eunice nada teve mas, deixou-nos tão preocupados com possíveis ocorrências futuras, que desistimos da adoção.
UMA ENCHENTE AVISADA
Quando morávamos na Av. Eliseu de Almeida, sabíamos que era um local sujeito a enchentes do riacho mas, em nossa casa nunca havia entrado água. Certo dia, quando cheguei em casa à tarde, estava tudo alagado e a água ainda estava subindo. Os meninos foram me ajudar a voltar para casa ao me verem estacionar o carro no lado alto da pracinha. Trouxeram-me empurrado, montado numa bicicleta. Em casa, o jardim já estava coberto de água e esta já se aproximava da soleira da porta. Glória me disse que o Marcelo tinha dito a ela que meses atrás, tinha tido um sonho ou visão, onde ouvira uma voz lhe dizendo : “Quando houver enchente, avise seus pais para vedar a porta com manteiga.” Não titubeei, calcei a porta com uma cunha e passei manteiga no rés do chão e nas frestas. Quando a água subiu quase meio
metro, não entrou sequer uma gota em casa. Os vizinhos tiveram grandes prejuízos.
UM CASO DE HIDROFOBIA
Anos atrás, quando ainda morávamos no Bairro Previdência, fomos de carro ver os trabalhos de aterramento da antiga pedreira. Como o local era uma enorme planície sem qualquer abrigo, tivemos oportunidade de socorrer um homem que era perseguido por um cachorro. Estando o homem a salvo em nosso carro, contou-nos uma curiosa história ao falarmos sobre o perigo da hidrofobia. Relatou-nos que na sua cidade natal, local muito atrasado e distante de quaisquer recursos médicos, um homem havia sido mordido por um cachorro que, constatou-se depois, estava com hidrofobia. Antes que se pudesse fazer qualquer coisa, o paciente ficou com hidrofobia e de tal maneira tornou-se agressivo que foi trancado em um paiol para aguardar a morte inevitável. Acontece que no paiol havia muitas résteas de alho penduradas e o doente atacou e mordeu repetidamente o alho. Alguns dias depois o homem ficou completamente bom e voltou ao convívio dos seus. A cura foi atribuída ao alho pois foi a única coisa que ele ingeriu no período.
NEGÓCIOS DA FAMÍLIA
Com a venda de nossa casa de Belo Horizonte (Rua Cônego Floriano, 203) utilizamos parte do dinheiro para abrir uma escolinha para crianças : MIAU – Mundo Infantil de Aprendizado Unificado. A Escola foi gerida pela Tânia e pelo Márcio mas, algum tempo depois a escolinha foi roubada e tendo havido desinteresse em continuar, acabamos vendendo a firma. Por coincidência o Maurício teve uma borracharia com esse mesmo nome, MIAU.
CARTA DE CAMILLA KIMBALL PARA GLÓRIA
Em 13 de Novembro de 1966 a esposa do Pres. Kimball (Presidente da nossa Igreja) mandou uma amável cartinha para Glória, agradecendo a acolhida aqui e mencionando a bondade da Glória a levá-la para ver uma magnífica exposição de flores na Cooperativa Agrícola de Cotia.
O CASO FUSCO
Em 1962, ao tomar conhecimento de que o irmão Romeu Fusco havia “morrido” e voltado à vida, como éramos muito amigos, assim que o encontrei pedi-lhe que me contasse o caso detalhadamente. Eis sua narrativa :
“Eu estava no subsolo da capela da rua Dona Júlia (Vila Mariana – São Paulo-SP), quando de repente senti que estava tendo um enfarte. Procurei o remédio no bolso mas, nada encontrei. Subi correndo a escada, pensando em encontrar auxílio em cima, na capela. Ao chegar lá, pedi socorro e caí deitado num dos bancos. Os irmãos, muito assustados, chamaram um médico que morava ao lado da capela. O médico veio logo e ao me examinar disse, conforme eu fiquei sabendo depois, que eu já estava morto e em seguida foi novamente para casa a fim de pegar um formulário para atestar o óbito. Nesse meio tempo chegaram dois missionários da Igreja que imediatamente me ungiram com óleo e impondo as mãos sobre minha cabeça disseram : “Volte à vida, irmão Fusco !”
Quando caí no banco, a minha mente continuou funcionando normalmente. Senti que caia, caia, caia, sem nunca chegar ao fundo. A escuridão era tão completa como nunca havia visto antes. De repente senti que chegava ao fundo. Começei a andar por um longo túnel e bem ao longe avistei uma luz. Ao chegar perto da luz vi que ela era de cores belíssimas, como jamais vi antes – indescritível ! Chegando ao fim do túnel ví uma escada belíssima e no topo o meu pai, de braços abertos dizia : “Venha meu filho !” Quando comecei a subir as escadas ouvi bem ao longe a voz do missionário dizendo “Volte à vida, irmão Fusco !” Então, de repente eu pensei : “Gente, eu estou é morrendo !” Então parei e disse ao meu falecido pai : “Papai, agora eu não posso ir, ainda tenho filhos pequenos para cuidar !” Dei meia volta e entrei no túnel. Logo estava escuro e logo eu estava me sentando no banco, sentindo aquele corpo pesado e aquela respiração difícil.
Irmão Silveira, eu tive naquela hora o desprazer de voltar à vida !”
O irmão Fusco somente veio a falecer em maio de 1986, portanto, 24 anos depois desse caso. Muito recentemente ouvi uma narrativa do irmão Antonio de Lima Mesquita, o qual, fora do corpo, assistiu à operação que os médicos lhe fizeram, tendo ficado muito zangado quando o médico fez malabarismos para fazê-lo retornar à vida.
HOMENAGEM AO TIO ALBERTO MAZONI ANDRADE
(cópia de uma carta que enviei a mamãe)
São Paulo, 6 de fevereiro de 1967.
Querida mamãe :
Hoje, dia do aniversário da Glória, estou lhe escrevendo esta carta, tendo por objetivo principal a descrição das homenagens prestadas ao tio Alberto, e nossa viagem a Belo Horizonte.
Havendo recebido, dia 23 de janeiro, um convite, resolvemos viajar para Belo Horizonte na sexta-feira, dia 27. O convite rezava :
“Ao ensejo da realização, em Belo Horizonte, da 49a. Convenção Batista Brasileira, a comissão constituída para homenagear a memória do Prof. Alberto Mazoni Andrade convida v. Excia. e Exma Família para, às 17 horas do dia 28 de janeiro de 1967, assistir à solenidade de inauguração de sua efígie, erigida na praça que leva o seu nome, situada na confluência das ruas Araxá e Ponte Nova, nesta Capital.”
Saímos de São Paulo à noite, havendo chegado em Belo Horizonte de manhã bem cedo, ainda a tempo de consertar o escapamento do carro, que se havia rompido na entrada de Belo Horizonte. Almoçamos na casa dos pais da Glória e depois de descansar um pouco, fomos, juntamente com o sr. Antonio e d. Izaura e Penha, participar das homenagens.
A praça Alberto Mazoni (e não Alberto Mazoni Andrade), fica bem em frente ao internato feminino do Colégio Batista. A rua Ponte Nova, naquele trecho, ficou com um novo aspecto. A praça, se bem que ainda não esteja ornamentada com flores, já estava gramada e ornada com alguns arbustos ou pequenas árvores. Totalmente cercada com calçada, iluminada com lâmpadas de mercúrio, ostentava no centro o bloco onde a efígie (no momento ainda inacabada por motivo de atraso da firma encarregada da escultura) será fixada. Já lá se encontrava uma pequena multidão, quando chegamos e, logo após, os oradores subiram ao palanque. O molde da efígie, em gesso, estava exposto, na alameda de entrada do externato.
Inicialmente, o Rev. Reis Pereira solicitou à tia Ida que descerrasse a placa da praça Alberto Mazoni. Já nesta altura dos acontecimentos a solenidade adquirira um caráter público, pois, transeuntes e toda a vizinhança se agregava ao grupo.
Poder-se-ia escrever um livro, de tudo o que se disse na ocasião, portanto, procurarei em poucas linhas, sintetizar o que foi dito em pouco mais de duas horas de elocução.
O Rev. Reis Pereira, presidindo a solenidade, iniciou seu discurso fazendo uma biografia sucinta do homenageado. Colocou em relevo as suas qualidades de marido exemplar e bom chefe de família.
Em seguida, o Rev. Sorém, representando a Convenção Batista Brasileira, falou de seu amor, trabalho e dedicação, em prol da Convenção, atribuindo-lhe uma parcela das realizações da mesma.
O Pastor David Gomes, representando a Junta, falou sobre a personalidade e senso de justiça do homenageado.
O Dr. Francisco Magalhães, em nome da Escola de Engenharia da UMG, falou sobre as
suas qualidades excepcionais no magistério, suas contribuições literárias ao patrimônio da Engenharia, exaltou sua incorruptibilidade, qualificando-o de santo, a despeito de serem de religiões diferentes.
O Dr. Moacir Carvalho Lopes, em nome da Escola de Arquitetura, falou da juventude do homenageado, quando ambos eram colegas, pondo em relevo a sua personalidade séria, empenhada em progredir e servir o próximo.
O Sr. Ely Correia, falando em nome do Congresso da Mocidade Batista, falou de sua preocupação constante – a juventude, demonstrando que ele, o homenageado, sempre foi espiritualmente um jovem.
O Pastor Murillo Cassétte, representando a 1a. Igreja Batista de Belo Horizonte, falou, ressaltando a atuação do homenageado, na época em que foi diretor do Colégio Batista Mineiro, sua administração e sua justiça.
Em seguida o Sr. Hélio Brasil cantou o hino “Jardim de Oração”, com letra da 1a. estrofe feita pelo homenageado, nos seus últimos dias de vida, presa de grande sofrimento. A segunda estrofe foi posteriormente acrescentada pelo poeta Mário Barreto França. Eis o hino na íntegra :
No jardim onde Cristo me espera
Entro às vezes nos braços da dor;
E é no rastro de suor feito sangue
Que eu encontro o meu Salvador !
Ó que mago jardim, o jardim de oração,
Onde as dores que sinto se vão,
Pois o Mestre a quem sigo, ombro a ombro comigo,
A vencê-las me ensina em oração.
Esse mesmo jardim onde sorves
Todo o cálix da angústia e da dor
Pelo exemplo da fé e esperança,
Transfigura-se em novo Tabor.
Ó que santo jardim, o jardim de oração,
Onde ofertas o teu coração,
Pois aí Deus te aceita, como essência perfeita,
De um amor que se fez provação.
A seguir, fez uso da palavra o Prof. Cristóvão Colombo, representando “os professores de Alberto Mazoni Andrade”; mencionou as suas qualidades excepcionais, sua bondade, sua honradez de homem casto e justiceiro. Falou de sua extraordinária influência em todo o país e apontou suas muitas realizações.
Depois, falou o Prof. Armindo, diretor do Colégio Batista Mineiro, exaltando os feitos do homenageado, sua influência exemplar no meio cristão, sua firmeza de caráter e de opinião.
Por último, estando destinado a falar em nome da família, o João Lucas não o fez por estar fortemente comovido com as palavras até então proferidas.
No lado sul do bloco prismático, lemos em letras metálicas, gravadas em mármore branco :
“Ao Prof. Alberto Mazoni Andrade. Homenagem da Escola de Arquitetura da UFMG – Escola de Engenharia da UFMG – Escola Federal de Minas de Ouro Preto – Colégio Batista Mineiro – Igreja Batista Central de Belo Horizonte – 1a. Igreja Batista de Belo Horizonte – Convenção Batista Brasileira.”
No lado norte lia-se :
“Alberto Mazoni Andrade
16-7-1906
22-8-1957
“… O justo ficará em memória eterna” – Salmo 112:6.”
Enquanto a banda tocava uma marcha, pensei comigo mesmo – Porque a influência do tio Alberto se prolongou tanto ? Um decênio após a sua morte ele permanece tão vivo e
presente como dantes nos corações de tantos. Porque ?
Na verdade ele era justo mas também humanitário e tolerante. Era um sábio mas amava os ignorantes. Sua humildade e simplicidade ficaram gravados em nossos corações.
Mamãe, despeço-me aqui, desejando-lhe saúde. A Helena e o Felisberto vieram do Rio para cá mas chegaram atrasados.
Aqui fica o seu filho que muito a ama.
Humberto.
LINHA DE AUTORIDADE NA IGREJA
Ao ser ordenado um Élder :
Humberto de Andrade Silveira, ordenado um élder em 14 de Julho de 1963 por
José Lombardi, ordenado um élder em 31-Jan-1957 por
Asael Taylor Sorensen, ordenado um setenta em 27-Jun-1937 por
Hans Sorensen, ordenado um setenta em 26-Jun-1910 por
Joseph W. Mc. Murrin, ordenado um setenta em 21-Abr-1884 por
Royal Barney, ordenado em 1835 por
Joseph Smith, que era um profeta, vidente e revelador e foi ordenado em Jun-1829 por
Pedro, Tiago e João que foram ordenados por
Jesus Cristo, de acordo com João 15:16 e que era Sumo-Sacerdote e foi ordenado por
Deus, de acordo com Hebreus 5:5-10.
BÊNÇÃO PATRIARCAL
Recebemos nossa bênção patriarcal em 8-Mar-1968 dada pelo primeiro patriarca da Igreja no Brasil, irmão José Lombardi.
NOSSO SELAMENTO EM LAGO SALGADO
Em 1969 viajamos para os Estados Unidos. A Glória foi convidada pela Igreja para assistir uma conferência mundial da Primária e ao mesmo tempo a Conferência Geral. Viajamos no mês de Abril e fomos primeiro para Nova York de onde passamos a Cheshire, Connecticut, onde morava a minha irmã Dulce. Depois fomos para Lago Salgado, Utah, mas antes passamos em Chicago onde fizemos um agradável passeio turístico de ônibus. Em Lago Salgado íamos ficar na casa de nossos bons amigos, os Neelemans, em Sandy, mas não foi possível porque eles tinham vindo para o Brasil. Fomos então convidados pelo irmão Cláudio Santos e ficamos no apartamento dele, bem próximo do Templo. Fomos selados pelo Professor De Jung no Templo de Lago Salgado, no dia 1-Abr-1969, o primeiro selamento em português, feito em Lago Salgado.
Enquanto estávamos viajando, a Ernestina cuidava das crianças. A Marisa, no seu diário, narrou os muitos problemas que aconteciam no dia-a-dia. No dia 1-Abr-1969 ela escreveu : “Por incrível que pareça, passamos o dia hoje às mil maravilhas.” Era o dia de nosso selamento e eles nada sabiam.
Em 1971 voltei sozinho aos Estados Unidos, na qualidade de Bispo da Ala S. Paulo 5.
Na minha saída deixei a Dulce muito doente, com câncer, enfermidade que a vitimou. Na nossa viagem anterior ela havia aceitado uma bênção de saúde e melhorou muito mas nessa ocasião não aceitou a bênção. Ela veio a falecer pouco tempo depois. Nessa viagem visitei o Neeleman e família.
CARTA DO RAYMOND
Creio que esta carta foi escrita em Maio de 1971 mas não tenho certeza. A carta tinha sido traduzida pela Elisa Pinto (amiga da família) e não veio datada. Nela o Raymond, meu cunhado, prevê a iminente morte da Dulce, com câncer, e nos fala de sua grande tristeza e do quanto êles se amam. Fala na possibilidade da Celina vir para o Brasil, caso acontecesse o desenlace, para ficar com a Helena, pois ele, sendo homem, talvez não poderia cuidar adequadamente de uma menina. Depreende-se, pela carta, que a Helena já havia feito a oferta de cuidar da Celina. É uma carta muito triste.
BOLETIM DE INFORMAÇÕES DO BANCO
Usualmente o Banco do Brasil entregava todo ano um boletim de informações sobre o desempenho de cada funcionário durante o ano, o qual era lido e assinado pelo próprio. Transcrevo um dos meus, dando como exemplo o de Julho de 71 a Julho de 72 : “Além das funções que exerce, demonstra tendência para funções que exijam planejamento e capacidade de organização.” “IMPRESSÃO GERAL – Trata-se de funcionário que se destaca pela excelente formação moral, excelente chefe de família, de conduta irrepreensível dentro e fora do Banco. Empenhado no aprimoramento dos serviços da casa é indicado para tarefas especiais que exijam habilidade. Executa os trabalhos a seu cargo com eficiência, segurança e perfeição. De fina educação, inteligente, ponderado, é muito estimado pelos colegas, superiores e clientes. Redige o vernáculo com extrema facilidade e correção, destacando-se os seus trabalhos pela perfeição datilográfica. Não se descuida das responsabilidades a seu cargo, mantendo seus serviços sempre em dia. Capacitado a ocupar cargos de liderança acima de sua categoria efetiva.””COMISSÃO – Ajudante de Serviço. Indicado para Chefe de Serviço.”
MISSÕES DE NOSSOS FILHOS
Com exceção da Marisa que fez somente missão de curto prazo, todos os nossos filhos homens fizeram missão de tempo integral para a Igreja.
Marisa : fez missão em Santos(SP);
Marcelo : trabalhou em missão de construção em 1972-74 e na Missão Brasil Porto Alegre em 1975-77;
Maurício : trabalhou na Missão Brasil Porto Alegre em 1976-78;
Márcio : trabalhou na Missão Brasil Rio de Janeiro em 1976-78;
Marcos : trabalhou na Missão Brasil Rio de Janeiro em 1979-81.
MARISA E A RUA PROF. OSÉAS SILVEIRA
Em 17 de Outubro de 1975 a Marisa, já casada, mandou uma carta para a Prefeitura de São Paulo, solicitando a colocação do nome “Prof. Oséas Silveira” na então “Rua Seis”, no Jardim Rolinópolis, onde mora até hoje. Na carta ela mandou uma biografia do papai, da qual transcrevo um pequeno trecho : “Talvez pareça uma vida normal, mas gostaria de salientar uma diferença. Ele foi um homem que ainda lembramos como um exemplo de moral, solidariedade e trabalho. Incansável, mesmo nos braços da morte, preocupando-se mais com os outros do que consigo mesmo.” “Realmente seus atos gritaram aos meus ouvidos e hoje eu posso amar este grande homem, meu avô, mesmo sem o ter conhecido.”
A MÚSICA NO ASSENTAMENTO DA PEDRA ANGULAR DO TEMPLO
14-Mar-1977. Trecho de uma carta que recebi de Osiris Grobel Cabral, Chairman do Comitê Executivo do Templo de São Paulo : “…o evento que foi um verdadeiro banquete espiritual, com a presença do Presidente e Sister Spencer W. Kimball e… Presidente Marion G. Romney… gostaríamos de agradecer a sua especial participação ao prover a música para aquela histórica reunião, dando um cunho altamente solene e espiritual ao evento. Graças ao seu desempenho o programa teve o êxito esperado…”
NOSSA PARTICIPAÇÃO NO ESCOTISMO
Tanto eu como a Glória participamos em atividades da UEB. Em maio de 1977 a Glória completou o Curso Basico para Escotistas de Alcatéia, em Piracicaba. Algum tempo antes eu completei o Curso de Chefe de Tropa e algum tempo depois tive a oportunidade de chefiar um acampamento da Igreja com aproximadamente 100 jovens.
CASAMENTO DE NOSSOS FILHOS
A nossa filha mais velha, Marisa, casou-se com Cláudio Cuellar em 15-Nov-1975, na
Capela de Perdizes.
O nosso filho Marcelo, casou-se com Marisa Buono em 18-Mar-1978.
O nosso filho Maurício, casou-se com Maria Francisca dos Santos em 31-Jul-1980.
O nosso filho Márcio, casou-se com Tânia Cristina Formigone, em 23-Fev-1979.
O nosso filho Marcos, casou-se com Claides Regina Gelorme em 29-Ago-1987.
TRECHOS DE CARTAS SOBRE AS MISSÕES DA FAMÍLIA
Nota : Soma do tempo usado pela nossa família na obra missionária : 13 anos e 2 meses. Distância percorrida somente em transferências : 51.594 km.
“É uma experiência muito boa trabalhar com o presidente. As coisas que estou aprendendo vão ser de ajuda para o resto de minha vida.” – Marcelo, março de 1977.
“Fique firme neste trabalho até o fim; não há nada mais verdadeiro, mais maravilhoso e divino do que ser chamado para salvar a vida eterna dos nossos irmãos na terra.” – trecho de uma carta do Marcelo para o Maurício quando este último aceitou o chamado missionário – Fevereiro de 1976.
“Eu me sinto super orgulhoso de você, papai. Posso ver o quanto fui abençoado sendo seu filho. Muito obrigado por esta oportunidade de fazer uma missão. Afinal você deve estar se esforçando muito para me sustentar. Que o Pai Celestial o abençôe sempre.” – Maurício, 13 de Agosto de 1977.
“Papai, não sei como agradecer pelo seu apoio financeiro. Sei que deve ser um sacrifício mas sou muito grato a você.” – Marcos, 30 de Março de 1981.
“Amanhã faço 24 meses que saí de casa e, agora, minha missão aqui está realmente no fim. O tão falado dia “V” (da volta), que eu tanto ouvi falar, mas que não sabia o que era, enfim chegou e agora eu posso dizer como êle é : é horrível. Hoje é o dia mais triste que eu me lembro de ter passado.”- Márcio – 21 de Fevereiro de 1978.
REFERÊNCIAS A UMA CARTA DO PRES. WALTER SPÄT PARA GLÓRIA
Tendo a Glória lhe remetido o recorte de um artigo denominado “Tesouros de um Coração Gentil”, ele lhe mandou uma carta agradecendo. Eis alguns trechos : “É nesta situação que recebo suas palavras dizendo que me colocaria na “Galeria dos Corações Gentis.” É muito raro eu receber um reconhecimento semelhante de alguém. Não duvido de sua sinceridade, mas acho que não é merecido, contudo, aumenta a minha obrigação de ser melhor. Parece que uma pessoa na minha posição na Igreja e pelos longos anos de aprendizado, está acima destes problemas, mas na verdade precisamos continuamente de apoio, estímulo e ajuda dos outros.” …”Muito obrigado. Isto tornou o meu dia mais feliz e mais significativo.” Ele narra a seguir o caso de uma senhora que contou ao Pres. Kimball que um dia, o seu filhinho pequeno ao orar pediu pelos líderes da Ala, da Estaca, os conselheiros do Pres. Kimball mas, esqueceu de pedir pelo Presidente da Igreja. Uma outra criança disse : – Você esqueceu o Pres. Kimball, ao que o garoto respondeu : – Ele não precisa esta noite ! O Pres. Kimball achou muito engraçado mas disse : – Diga ao seu filho que ele estava enganado. Eu sempre preciso. Orem todas as noites por mim !”
MORTE DA MAMÃE
Em 6 de março de 1979 a mamãe morreu no hospital Real e Benemérita Sociedade de Beneficência Portuguesa, de miastenia.
A mamãe tinha vindo dos Estados Unidos e estava em S. Paulo onde ajudou a cuidar das crianças da Marisa por ocasião do nascimento da Talita. Eu estava em Cachoeira de Macacu(RJ) e quando voltei já encontrei mamãe no hospital. Helena, que tinha vindo do Rio, pediu-me que a acompanhasse à biblioteca do hospital. Ela, como médica, discordava do
diagnóstico da junta médica que dizia que mamãe tinha problemas do sistema nervoso. Helena viu a descrição dos sintomas, na biblioteca, confirmando o que ela já suspeitava. Insistiu com os médicos dizendo que mamãe devia ter miastenia e que precisava urgentemente de tomar prostigmina. A orgulhosa equipe médica não voltou atrás e finalmente, quando se renderam à evidência e reconheceram o equívoco, já era demasiado tarde. A progressiva paralisia muscular da miastenia atingiu o coração e mamãe morreu. Nos útimos dias deram-lhe prostigmina mas nada adiantou. Na época fiquei muito revoltado. Muitas vezes me perguntei, porque uma equipe médica fecha os ouvidos a uma pessoa que sempre foi a médica da paciente e que além do mais é sua própria filha ? Com a experiência que tenho hoje, provavelmente iria conversar com o diretor do hospital. Adiantaria ? Quem sabe ?
A ALIMENTAÇÃO BEM ORIENTADA AGINDO COMO MEDICINA PREVENTIVA
Em 1980 atendendo um pedido de sugestões para a Comissão de Estudos Pró Constituinte, mandei um trabalho sugerindo a divulgação da Medicina Sanitarista no Brasil, através da máquina governamental, com vistas ao melhoramento do nível da saúde pública pelo uso de uma alimentação mais adequada, mais saudável e natural do que aquela que se instala meramente seguindo a corrente da máquina da propaganda comercial.
GLÓRIA RECEBE UMA CARTA DO PRES. KIMBALL
Trechos de uma carta de 3-Jun-1980 : “…Suas expressões de amor e apoio são muito apreciadas. Vocês certamente serão reconhecidos pelos seus leais e devotados serviços à Igreja, através dos anos. Congratulo-me com a irmã e sua especial família de filhos missionários e sua filha que é casada com o seu bispo e que lhe deu 4 lindos netos ! Que maravilha ! Por favor, esteja certa do meu amor e bênçãos, os quais eu estendo a todos vocês.”
O MEU NETO TEM UM METRO
Um dia o nosso filho Márcio nos contou muito entusiasmado que o seu filho mais velho, o Marcinho, tinha um metro de altura. Ficamos animados com a idéia de fazer uns versinhos a respeito. Eis o que saiu nesta poesia a dois :
Do quadrado os lados ? – Quatro,
Quem é rei possui um cetro;
Quanto ao leite, vem num litro,
Mas meu neto, tem um metro !
O fim da planta é a copa,
O de uma casa é o teto,
Finda a igreja na torre,
Mas tem um metro, o meu neto !
Vejo um grupo de meninos,
Cada um comportadinho,
Mas há um que é mais alto,
Tem um metro o meu netinho !
Não se sabe das montanhas
A altura com justeza,
Mas do meu neto a altura
É um metro, com certeza !
Seus olhinhos são bem negros,
Faz perguntas sem parar,
Corre e brinca esse meu neto,
Logo um metro vai passar !
Que ele venha a ser um Pedro,
Ser um Paulo ou mesmo um Jetro,
Que o Senhor o ame e guarde,
Quando grande, ou com um metro !
GLÓRIA RECEBE UM DIPLOMA DE DOADORA DE SANGUE
Possuidora do sangue tipo O negativo, e havendo feito doações de sangue cada ano, a Glória recebeu em 5-Jul-1980 um Diploma de Doadora, do Hospital Israelita Albert Eisntein.
MINHA APOSENTADORIA E O VERSO DO PÉ QUEBRADO
Como sempre acontece nas ocasiões históricas em nossa família,ao me aposentar recebi o famoso “verso do pé quebrado” para a ocasião; ei-lo, na íntegra :
“A família se reune desta vez prá homenagear
Um Silveira tão querido, que vem de se aposentar
Nós estamos bem felizes, com a sua decisão
Desejamos boas vindas, nesta nova profissão !
Da Panair ao bom B.B., quanta coisa que passou,
Das montanhas bem mineiras à Ituiutaba das poeiras,
Foi por culpa de um galo, que alguém quiz escutar,
Permutamos prá São Paulo, nova vida começar !
Na chegada do Maurício, lá estava o B.B.
Pagando a maternidade, para o moço nascer
Repetindo com o Márcio a mesma contribuição,
Lá estava o B.B., dispensando amolação.
Bons amigos, bons colegas, velha turma lá do Brás,
Em meio às confusões, mas pertinho de seu lar
Lá estava o Silveira, como caixa a trabalhar,
Só guardando os cruzeirinhos, para o Banco “engordar”.
Transferido prá Pinheiros, lá comprou um D.K.V.,
Que beleza de carrinho, zerinho primeira vez,
Bem vizinho da Capela e do “Posto do Papai”,
Que tempinho apertado, que vidinha de ai, ai !
No cadastro que tragédia, foi a sua ocupação,
Trabalhando com o frio, chuva e vento em profusão,
Mas a coisa era preta quando o mês chegava ao fim
E faltava o dinheirinho para a tal da condução !
Na Agência da Paulista, essa até ficou na lista,
Ai que tempo trabalhoso, ai que vida de artista,
Em cima na sobreloja, bem tranquilo trabalhava,
Mas na hora das batidas, da janela ele olhava !
Mas a coisa ficou boa, quando foi lá pro Cesec
Organizou um corinho, mas não foi samba de breque
Quando a coisa foi crescendo, então ele foi embora,
Pois sabia que bem logo, estaria dando o fora.
E então chegou o dia, esperado e prometido,
Alegramos com você, por não ter se arrependido.
Registramos esse fato, que será sempre lembrado,
Nesta noite homenageamos, com o verso “Pé Quebrado” !
CTM - CENTRO DE TREINAMENTO MISSIONÁRIO
O nosso trabalho dirigindo o CTM teve início em Janeiro de 1981, logo após minha aposentadoria no Banco do Brasil. Fui chamado pelo Élder Ted E. Brewerton, que sempre foi um excelente orientador e colaborador. Iniciamos o trabalho na Rua Itapeva onde passamos poucos meses. O local era realmente inadequado mas logo nos mudamos para o novo CTM, ao lado da capela da Ala 5, dos Escritórios da Igreja e do Templo, à Rua Prof. Francisco Morato, 2430. Instalamo-nos no 4o andar, num confortável apartamento e no 5o andar, numa grande sala, dávamos aulas aos missionários. Os dormitórios dos missionários eram também no 5o andar e o refeitório funcionava no 2o andar.
TREINAMENTO NO M.T.C EM PROVO
Em setembro de 1981 voltamos aos Estados Unidos para participar de um treinamento no Missionary Training Center e também assistir à Conferência Geral. Na viagem tivemos oportunidade de conversar com o Tita, famoso jogador de futebol, membro da Igreja, o qual ia com o time (Botafogo) para Cali na Colômbia. No México visitamos o Centro de Entrenamiento Misional e tivemos oportunidade de visitar a cidade com a gentil companhia do Pres. Hatch, do CEM Mexicano. Em Los Ângeles encontramos o Pres. Aledir Paganelli Barbour e o irmão Beno Schirmer e mais dois irmãos. Fomos muitíssimo bem recebidos nos Estados Unidos e até nos convidaram para um almoço em nossa homenagem. Foram nossos hospedeiros a família do irmão Bruce Campbell, com os quais visitamos o canyon. Mais tarde visitamos a Universidade Brigham Young. Na volta passamos pela casa do Raymond, em Cheshire, fomos à Igreja Batista ouvir nossa sobrinha Celina cantar (muito bem) e na volta ainda passamos agradáveis momentos na Disney World em Orlando.
DESOBRIGAÇÃO DO CTM
Em 21-Mar-1983 recebemos uma carta de Joseph B. Wirthlin, Administrador Executivo da Igreja no Brasil, nos desobrigando de nosso chamado no Centro de Treinamento Missionário.
Eis alguns trechos da carta : “desejo expressar-lhes os agradecimentos calorosos da Primeira Presidência, do Quórum dos Doze, do Comitê Missionário e meus próprios.
Vocês têm servido ao Senhor, aos missionários e à Igreja de um modo admirável e grandioso. Sua humildade e ensinamentos inspirados dados aos missionários permanecerão em seus corações durante toda sua vida.
Que o Senhor abençoe a vocês dois pelo seu serviço extremamente valioso e que vocês possam sentir sempre a certeza de que o CTM no Brasil, sob sua direção, alcançou grandes alturas de perfeição no preparo de nossos missionários especiais e escolhidos de fala portuguesa e castelhana.
UMA CARTA ESPECIAL PARA GLÓRIA
“São Paulo, 12 de maio de 1983.
Querida Glória :
A primeira coisa que vem à minha mente ao escrever-lhe é dizer o quanto a amo e quão feliz sou por estar junto a você hoje e durante toda a eternidade.
Lembro-me como se fosse há um momento atrás, do instante em que a vi pela primeira vez, ocasião em que algo sussurrou ao meu ouvido: “Essa será a sua esposa”.
Pouco tempo antes desse primeiro encontro, já a minha tia Ana Rosa tinha visto você passar na nossa rua e havia pensado que você poderia talvez ser minha futura esposa, isso sem ao menos conhecê-la pessoalmente. Já o Espírito nos dava uma premonição do futuro e, quando realmente começamos a namorar, tive pela primeira vez o desejo sincero de casar-me.
Agora, depois de tantos anos, vejo tudo que se relaciona ao nosso namoro, noivado, casamento e vida de casados, como passar num filme bem nítido, inesquecível e tão maravilhoso que até parece irreal.
Sua mãe, preocupada pelo fato de que eu era somente um estudante sem trabalho, aconselhou a suspensão do namoro, o qual foi reatado tão logo eu consegui um emprego na Panair do Brasil. Lembro-me do Baile do Coturno, promovido pelo CPOR de Belo Horizonte, e de que eu a convidei para ser minha madrinha de formatura. Lembro-me de ter zangado com você por haver dançado com o meu colega Lemos, lembro-me de você me entregando o espadim no dia da formatura, e muitas coisas mais.
Não posso esquecer os momentos de nosso casamento. Fomos ao cartório do Tabelião Recemvindo Gontijo, e até hoje guardo a pergunta que lhe fez quanto ao seu novo nome: “Com Leite ou sem Leite ?”. Lembro-me de que você chorava muito na Igreja Batista da Praça Raul Soares, onde o Pastor Casimiro Gomes de Oliveira nos casou. Hoje em dia já estou acostumado com os seus choros mas naquele dia fiquei sumamente assustado e pensava: “Será que ela está arrependida ?”
Poderia falar horas e horas, sobre a nossa viagem de lua de mel em Lagoa Santa, nossos maravilhosos cinco filhos, nossa vida tão movimentada mas, concluirei falando de você com quem aprendi tantas coisas tão importantes : a preocupação constante em servir e ajudar as pessoas, o seu amor incansável pelos fracos e pelos desprotegidos da sorte, pelos animais. Quantas vezes vi você conversando com um simples tatuzinho de pernas para cima, desvirando-o carinhosamente, ou chamando um animalzinho qualquer de “filhinho”. Fico até surpreendido quando vejo que até animais bravos ficam mansos quando você lhes passa a mão sobre a cabeça carinhosamente.
Querida, tem sido como que um sonho maravilhoso, a passagem dos anos junto a você. Sei que temos os nossos defeitos mas, de sua parte, muito obrigado pela sua imensa tolerância ao suportar minhas rabugices.
Vou terminar citando uma escritura que se aplica a você, minha querida, como uma luva apertada : “Mulher virtuosa quem a achará ? O seu valor muito excede o de rubís.”…etc.
Provérbios 31:10-31.
Com muito amor e carinho
Seu marido
a) Humberto.
ORDENAÇÃO COMO SELADOR NO TEMPLO DE SÃO PAULO
Deus o Pai
Jesus Cristo
Pedro, Tiago e João
Joseph Smith e Oliver Cowdery
As Três Testemunhas, 14-Fev-1835
Brigham Young, 14-Fev-1835
George Q. Cannon, 26-Ago-1860
Heber J. Grant, 16-Out-1882
Ezra Taft Benson, 7-Out-1943
Humberto de Andrade Silveira, 22-Nov-1982.
CRUDIVORISMO
Tomei conhecimento dessa terapêutica (uso de frutas e vegetais crús na alimentação) há muitos anos atrás, tendo ficado muito impressionado com a cura da Irmã Walkíria Vanucinni
que tinha câncer. Recentemente, muitos anos após, fiquei sabendo de um jovem da Igreja que me confidenciou, alguns meses atrás, que estava desenganado pelo médico. Tinha um câncer no intestino, o qual crescia inexoravelmente. Falei-lhe sobre o crudivorismo e ele, pelo que notei, não deu muito crédito. Hoje encontrei-me com ele novamente e vendo-o muito bem disposto, perguntei-lhe pela saúde. Disse-me que, ao visitar seu médico, poucos dias depois de nossa conversa, o mesmo o havia aconselhado a fazer uma dieta de frutas e vegetais crús. Disse-me que durante um mês ainda teve alguns problemas de dores, etc, mas que já há 5 a 6 meses não tinha nenhum problema e parecia-lhe que seu intestino estava totalmente normal. Realmente, acho que o cozimento dos alimentos é um requinte nada favorável às vitaminas e enzimas termo-sensíveis e muito menos à saúde. Mesmo a nossa filha Marisa, que teve sérios problemas de saúde está atualmente com a saúde bem estável talvez em vista de que persiste na utilização bem intensa de vegetais crús.
ALGUMAS IDÉIAS DE AUTORIDADES DA IGREJA
Apóstolo Boyd K. Packer : “Você pode ter o que você quiser na vida” Leia Alma 29:1-3.
“Se você quiser obter bênçãos, abençoe.” “O desprendimento total é a base do sucesso, mas, muitos só entendem isso aos 50 anos.” “Tudo o que você aprender aqui na Terra, deverá ensinar.” “A revelação pessoal às vezes nos dá soluções a dúvidas sem resposta que temos.”
Sister Christensen (esposa do Pres. do MTC nos Estados Unidos) numa mensagem aos missionários : “Ninguém nunca teve sucesso na vida levantando-se tarde. Utilizem as boas maneiras, isso abrirá portas para vocês. Sejam bem vestidos e limpos. Isso fará vocês e os outros sentirem-se bem. Arrume bem suas coisas. Tenha uma boa auto-imagem. Coma coisas saudáveis: 75% de vegetais e frutas (de preferência crus), pão integral (cereais integrais), nozes e sementes, pouca carne (carne branca é melhor), derivados de leite, 6 a 8 copos de água por dia (p/ lavar as toxinas), água e não refrigerantes, evite as massas (alimentação errada). Não tenha atitudes desleixadas, não masque chicletes, faça exercícios os quais corrigem as depressões, pule corda, etc. Vá dormir no máximo às 10,30 e levante-se às 6.
O Pres. Kimball indica o capítulo 17 de João como o mais importante da Bíblia porque fala da unidade com o Pai.
NOSSA MISSÃO
No dia 6-Mai-1984 fomos designados Missionários de Tempo Integral pelo Pres. Darcy C. D. Corrêa, para trabalhar na Missão Brasil Recife por 18 meses.
NOSSO CRONOGRAMA INICIAL DE VIAGEM
(Utilizamos nosso carro)
07-Mai S. Paulo(SP) Varginha(MG) 316 km
Varginha(MG) Belo Horizonte(MG) 270 km
08-Mai Belo Horizonte(MG) Teófilo Otoni(MG) 415 km
09-Mai Teófilo Otoni(MG) Vitória da Conquista(BA)418 km
10-Mai Vitória da Conquista(BA) Salvador (BA) 522 km
16-Mai Salvador(BA) Feira de Santana(BA) 115 km
23-Mai Feira de Santana(BA) Aracaju(SE) 388 km
30-Mai Aracaju(SE) Recife(PE) 493 km
Durante nossa Missão viajamos também para Belém(PA), Teresina(PI), S.Luiz(MA), de carro e Manaus(AM), de avião. No nosso regresso, passamos novamente por muitas das cidades já citadas e finalmente despachamos o carro por via rodoviária, de Recife e voltamos de avião para S. Paulo.
OCORRÊNCIAS EM NOSSA MISSÃO
“Saímos de São Luiz às 9,30 hs. Oramos ao Senhor pedindo-lhe proteção e Êle mais uma vez nos ajudou. Pensamos em dormir no caminho mas, ficamos animados e chegamos em Belém às 19,30 hs., tendo feito um percurso de 833 km. Procuramos um hotel, sem a menor indicação mas o Senhor nos guiou e nos colocou a uma quadra do apartamento dos Élderes.”
– Diário da Glória em 22 de Outubro de 1984.
“Meu marido conhece a Igreja há quase 4 anos mas nunca sentiu o desejo de se batizar. Agora, vendo vocês dois passando sempre em nossa porta, ele se sentiu muito tocado. Vai recordar as palestras e já pediu o batismo.” – Irmã Conceição, presidente da Soc. de Socorro do Ramo de Belém(PA). (O esposo dela, irmão Afonso, era um Grão-Mestre na maçonaria em Belém. Deixou a maçonaria para dedicar o tempo à Igreja de Jesus Cristo – só porque nos via passar na rua.)
NOSSO TRABALHO NA MISSÃO
Nosso principal trabalho na Missão foi ministrar cursos de liderança, proselitismo, chamar novos missionários para o trabalho, preparar e abrir novas áreas. Abrimos os Ramos de Icoaracy e Marituba em Belém(PA), Teresina Sul em Teresina(PI) e Cohab em São Luiz(MA). Tivemos no final de nossa missão, o privilégio de dedicar a capela de Santos Dumont em Aracaju(SE). Hoje em dia já existem Estacas pelo menos em Belém e Aracaju.
GLÓRIA RECEBE UMA CARTA DO CENTRO DE SERVIÇOS GENEALÓGICOS
Eis um trecho da carta datada de 6-Nov-1986 :
“Estimada irmã :
Gostaríamos de agradecer-lhe por seu esforço e dedicação na participação no Programa de Extração de Nomes, que muito tem ajudado na salvação daqueles que partiram deste mundo sem terem recebido a mensagem do Evangelho Restaurado…”
a) Carlos Alberto Domingues.
NATAL DE 1987
Neste Natal mandamos uma mensagem falando sobre todos os filhos e nós. Eis algumas manchetes :
Marisa e Cláudio matricularam os filhos no Colégio Miguel de Cervantes, a Camila prestou seu primeiro testemunho na Igreja, Natália está aprendendo violão e a Talita e o Tiago aprendendo órgão. Talita recebeu o título de “A Costureira Mais Jovem da Ala” e ela e Natália participaram de elegante desfile de modas.
Marcelo e Marisa iniciaram a construção de uma casa na praia. O Marcelo mudou de emprego e agora trabalha no setor de informática no jornal O Estado de São Paulo. O André está no 2o ano de piano.
Maurício e Kika estão bem contentes com o progresso do Daniel na escola. Maurício saiu da Compufix e abriu uma empresa de manutenção de computadores e periféricos, a Turbotec Microeletrônica Ltda.
Márcio e Tânia têm estudado muito. O Márcio passou para o 2o ano em Administração de Empresas e a Tânia está fazendo vestibular para Jornalismo. Fomos muito abençoados quando a Glória, avisada pela providência divina, salvou Marcinho e Fernando de morrerem sob o efeito do bióxido de carbono, enquanto dormiam e um aquecedor elétrico caiu e queimou parte do carpete. Também uma bênção de saúde, dada por mim, foi vital na recuperação do Fernando de um sério ataque de bronquite.
Marcos e Claides continuam muito felizes mas ainda sem notícia de filhos. Claides agora já está com 80 crianças na sua escolinha infantil Case dei Bambini, tendo feito uma grande festa junina que marcou época. Ela agora é líder de música e regente do coral de sua estaca. O Marcos tem viajado muito fazendo demonstrações com o novo sintetizador da Gianninni. Já esteve em Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Vitória, etc.
Eu e a Glória estamos muito felizes com as realizações dos filhos e netos. A Glória atualmente está trabalhando como Presidente da Sociedade de Socorro de nossa Ala e eu como Secretário-Executivo da Estaca e como responsável pela Biblioteca Genealógica de nossa região.
Formandos do ano : Tiago, Daniel e Fernando : formaram-se na Pré-Escola.
Maurício : está se formando como Engenheiro Eletrônico.
CARTA DA GLÓRIA PARA MIM
Embora eu não pertença, obviamente, à Sociedade de Socorro (organização das mulheres da Igreja), muitas vezes ajudava a Glória nos seus trabalhos. Em 18-Mar-1988 ela mandou uma carta de agradecimento às irmãs que participaram de um grande programa realizado em nossa capela e, mandou uma cópia da carta para mim com um Post Scriptum muito especial :
“Muito obrigado especial a você Humberto pelo grande mapa que tão bem decorou o salão, pela trabalheira em carregar e descarregar o carro, pelos seus dedos no piano, colorindo a programação e dirigindo o carro e também pelo dinheiro que me deu.
Beijos agradecidos de sua
Glória.”
NOVAMENTE CHAMADO COMO SELADOR NO TEMPLO
Tendo retornado da missão, fui novamente designado para trabalhar como Selador no Templo de São Paulo. De uma carta do Pres. Wayne M. Beck para mim, em 17-Mai-1988, anotei este trecho : “… foi-lhe conferido o Poder Selador. Este poder, somente pessoas especiais têm o privilégio de receber. Ele requer que o seu portador tenha uma visão bem elevada, e seja homem de conduta irrepreensível, tanto dentro do Templo, como no seu lar e no mundo. Que tenha consciência de sua grande responsabilidade, e saiba como ser um instrumento nas mãos do Senhor, para unir as pessoas para toda a eternidade.”
Sinceramente oro ao Pai Celestial para que me ajude a cumprir este chamado com
humildade e trabalho.
CARTA DA ELETROPAULO PARA MIM
Tendo reclamado da falta de iluminação na área em frente ao templo e à capela do Caxingui, recebi uma resposta do Superintendente Regional da Eletropaulo Eletricidade de São Paulo S.A., datada de 1-Jul-1988, avisando que iriam corrigir a deficiência. Com efeito, poucas semanas depois colocaram mais 4 postes em frente ao quarteirão da Igreja e hoje, é a área mais iluminada de toda a Avenida Francisco Morato.
NATAL DE 1988
Mandamos uma mensagem de Natal a todos os parentes e amigos, um desenho de uma árvore de Natal com os seguintes indicativos :
MARCOS – Sucesso na Giannini. Regente de um coral de 200 jovens na Igreja.
CLAIDES – Muito trabalho e desenvolvimento na Case dei Bambini.
MARCOS GABRIEL – Nascido este ano com a graça e a proteção de Deus.
MÁRCIO – Sucesso como Auditor no Banco Europeu.
TÂNIA – Destaque no curso de Direito.
MÁRCIO FILHO e FERNANDO – Destaque na escola e nas charadas e piadas.
RENATO e RODRIGO – Aprendendo muitas coisas novas.
MAURÍCIO – Sucesso na empresa Turbotec.
KIKA – Destaque em vendas.
DANIEL – Vencedor na escola.
LÍVIA e DAVÍ – Participaram de peça infantil.
MARCELO – Aperfeiçoando-se profissionalmente.
MARISA – Muitas atividades no lar e na Org. Primária.
ANDRÉ – Destaque no Lobismo com aquisição de emblemas.
RAQUEL – Ingressou no 1o. Gráu. Frequenta a escola de Ballet.
CLÁUDIO – Publicou o seu segundo livro : “O Segredo das Coisas Mágicas”.
MARISA – Muitas atividades no lar e na Org. dos Rapazes e Moças.
NATÁLIA – Ingressou na Org. das Moças.
TALITA e TIAGO – Participaram de audição musical. Classificados em concurso internacional de
artes.
CAMILA – Chegando ao último ano da pré-escola.
FLÁVIA – A nova aquisição.
HUMBERTO e GLÓRIA – Feliz Natal e um 1989 de paz. “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio,
de geração em geração.” – Salmos 90:1. Com amor, Glória e Humberto A. Silveira.
TRABALHOS DOS FILHOS - A TURBOTEC
Algum tempo tanto o Maurício como o Márcio, trabalharam como taxistas, para ajudar nas finanças. Mais ou menos em 1990 ajudei o Maurício (que já era formado como Engenheiro Eletrônico) a abrir uma firma de conserto de computadores, a Turbotec Microeletrônica Ltda. A firma foi um sucesso e cresceu bastante mas depois, ele e a Kika resolveram vendê-la para o sócio Werner Spörl, o qual ainda é o proprietário até hoje.
O SENHOR NOS PROTEGENDO EM ACIDENTES
Não me recordo bem das datas mas, em duas ocasiões, a mão do Senhor foi poderosa para nos salvar de acidentes. Numa viagem que fizemos para Varginha, ao passarmos numa curva bem larga, o carro começou a derrapar em óleo e foi andando de lado e depois de frente, para a beirada de um precipício que devia ter quase um quilômetro até o fundo. O freio de nada adiantava e, quando finalmente chegamos à beirada, o carro parou com uma roda para fora e o chassis do carro raspando no chão. Foi por pouco… Dois minutos depois, outro milagre – passava um guincho na estrada, o qual nos socorreu. Estavam no carro também as crianças da Marisa.
O outro caso foi dentro da cidade de São Paulo, estávamos nós e a Helena, transitando pela rua Vergueiro, justamente no trecho onde as duas pistas têm uma diferença de nível de uns 3 a 4 metros. Pois bem, de repente um carro saiu voando da pista acima da nossa, em sentido contrário ao nosso e caiu na nossa pista, jogando uma chuva de vidros sobre nosso carro e, continuou vindo em nossa direção velozmente. Achei que tinha chegado a nossa hora, brequei o carro e esperei o impacto, mas, de repente o carro bateu em algo (que nunca foi possível identificar) e foi jogado violentamente para o nosso lado direito. Atravessou a rua e destruiu dois carros que estavam estacionados do outro lado.
OCORRÊNCIAS NA VIDA DO MAURÍCIO
No dia 2-Mai-1991 o Maurício, tendo vendido a firma Turbotec, viajou para os Estados Unidos, conforme decisão da família, com a intenção de pós-graduar-se. Dois meses após a sua partida a sua esposa Kika (Maria Francisca), pediu o divórcio. No dia 5-Fev-1993 eu e a Glória fomos aos Estados Unidos a fim de assistir ao casamento do Maurício com sua nova esposa, Natalina Durelli (que já conhecíamos). Ela, também divorciada, já tinha uma filha Alisha e um filho adotivo, Daniel. Este segundo casamento infelizmente também não deu certo e pouco tempo depois se separaram. Por ocasião dessa visita, já após a cerimônia do casamento, sofri um acidente (caí da escada) na casa de nossos bons amigos Jay e Roberta Hunt, fraturando o rádio-distal no pulso esquerdo.
VENDA DA CASA DO MORUMBI
Em 26-Mar-1992 vendemos a nossa casa do Morumbi (R. Lúcio Martins Rodrigues, 211)
ao Dr. Guerino Antonio Nicoletti Filho por 100 mil dólares.Como parte do pagamento recebemos um apartamento (valorizado em 25 mil dólares) para onde nos mudamos e que ocupamos até hoje (R. Francisco Petinatti, 44, ap. 81)
UM NOME EM UM SONHO
6-Fev-1993 – Nesta madrugada do dia do aniversário da Glória, sonhei que alguém me disse : O nome é WESTELAG (ou WESTELLAG com 2 “l”). Resolvi anotar, quem sabe ? Será o nome de meus antepassados alemães ? Terei antepassados alemães ?
OBRAS DE FAMILIARES
A Tentação de Jesus – Poema escrito por Jucundino de Souza Andrade – 1940.
Páginas Poéticas – Coletânea de poesias -Octávio Espírito Santo – 1952.
Prisioneiro da Esperança – Escrito por Lauro Bretones em homenagem a Alberto Mazoni
Andrade – 1979.
Carta de 14 folhas ao Sr. Paulo Pestana, diretor do Detran de São Paulo, sugerindo a
implementação de semáforos de seta a esquerda com cruzamentos invertidos, para
cruzamentos de avenidas de dupla mão de direção (semáforos de 3 fases); implementação de bolsões nos canteiros centrais para desaceleração de veículos
para fins de retorno ou conversão à esquerda; implementação de semáforos sempre
colocados distanciados (do outro lado da rua) e nunca acima da faixa de parada dos veículos. (NOTA : Todas as sugestões foram aceitas e atualmente são utilizadas em toda a cidade de São Paulo, tendo eu sido convidado pelo Dr. Paulo Pestana a ir ao
Detran onde fui apresentado aos Engenheiros da entidade como autor da carta com
as sugestões dos melhoramentos conforme tive oportunidade de anotar nos Estados
Unidos). – Humberto de Andrade Silveira.
Boca do Mato – contos não publicados – Humberto de Andrade Silveira – 1981.
O primeiro conto, Boca do Mato, embora escrito em forma de conto, é uma história real, ocorrida conosco em Cachoeira de Macacu – RJ, na casa de campo da Helena.
Também fiz um filme em vídeo, ficção científica, com este nome, baseado nos fatos,
filmado no mesmo local.
O Segredo das Coisas Mágicas – livro infantil – Cláudio Cuellar – 1982.
Os Três Nefitas – peça teatral não publicada – Humberto de A. Silveira – 1983 (Foi apresentada
na Igreja, em Recife e na Ala da Penha em S. Paulo.)
Agora Brincando Sério – didático infantil – Cláudio Cuellar – 1984.
Do Tamanho Certinho – livro infantil – Cláudio Cuellar – 1985.
MDI – Método Direto Instrumental – novo sistema de notação musical, criado em 1985 mas
somente registrado em 1990 no MEC sob n número 65.051 – Humberto A. Silveira.
Recebi em 28-Set-1990 um Diploma da Associação dos Antigos Funcionários do Banco
do Brasil : “O Presidente da AAFBB, usando das atribuições que lhe conferem os
Estatutos Sociais, satisfeitas as formalidades legais, concede o 4o Lugar, do Grupo D,
Prêmio Hildalius Cantanhede, ao Inventor Humberto de Andrade Silveira, apresentando
Sistema para escrever música, no IV Salão de Inventos, promovido pelo Instituto
Brasileiro de Inventores.
Vida Mórmon – filme de vídeo com membros da Ala Ferreira – Estaca Taboão – H. A. Silveira.
NOTA : Embora o papai tenha escrito a letra de inúmeros hinos religiosos e feito também algumas poesias, infelizmente não possuo uma lista desses trabalhos para relatar.
Tenho somente uma tradução poética livre, com redação esmerada, que ele fez, da poesia “Your Work” (Vosso Trabalho), de Edgar A. Guest.
UM TRABALHO DO PAPAI
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VOSSO TRABALHO
Como entrais no labor de cada dia ? como ?
Traz ele para vós de medo algum assomo ?
Aceitais o dever que sobre vós descansa,
Sentindo em vossa mente inteira confiança ?
Ao trabalho que vem, o enfrentais com zelo,
Ou quedais, com temor, somente prá revê-lo ?
A obra começais com visos de receio,
Ou sentis que a fareis nunca a deixando em meio ?
Vós podereis fazer tanto quanto pensais;
Mais do que isso, não, nada fareis, jamais.
Se falta confiança em vosso próprio ser,
Ó moço, ireis plantar, mas pouco ireis colher.
É de dentro de nós que a derrota aparece
E fica dentro em nós se ninguém a conhece;
Mas podereis vencer motivos de receio,
Sentindo que o fareis nunca o deixando em meio.
Felicidade ! É mesmo em vós que achar se há de,
E não no reino da Felicidade !
O mundo vos fornece ocupações, labor;
A vós cabe prover o que melhor vos for.
Bem podereis fazer aquilo que pensais;
Depende o que fazeis do como o contemplais,
Do como se inicia o trabalho que veio:
Deveis sentir que nunca o deixareis em meio.
Ao trabalho que vem, como enfrentais ? Sereno,
Com toda confiança, ou de temores pleno ?
Que será que dizeis dentro em vós, que será,
Quando um novo trabalho em frente a vós está ?
Que pensamento, acaso, afaga a vossa mente ?
Será que nela paira o vão temor somente ?
Se é, pegai então, de confiança cheio,
No que pensais fazer nunca o deixando em meio.
(do “The Bowser Man” – de Edgar A. Guest).
Tradução livre de Oseas Silveira.Your content goes here. Edit or remove this text inline or in the module Content settings. You can also style every aspect of this content in the module Design settings and even apply custom CSS to this text in the module Advanced settings.
POESIA PUBLICADA - INFLAÇÃO
Escrevi uma poesia a respeito do problema da inflação e a remeti para a revista Visão que a publicou, não me recordo da data.
INFLAÇÃO
Num país de cem irmãos
Mil moedas circulavam
Cada um com dez nas mãos
Seus negócios realizavam.
Se aumentava a produção
Mais moedas emitiam
Sempre em mesma proporção
E felizes progrediam.
Uma ponte quis fazer
O mais velho dos irmãos
Muito cara ia ser
Consultou os cidadãos.
Trabalhar de graça, eu não !
Disse logo a maioria
Quanto a impostos, então,
Isso é o que ninguém queria.
Teve medo o velho irmão
De fazer o mais correto
Ou seja, insistir então
Que ajudassem no projeto.
Sem pensar no que fazia
Cem moedas emitiu
Justificou-se e dizia:
“É pra ponte lá do rio!”.
Dez por cento a mais na praça
Circulando sem razão
Iniciou a desgraça:
Dez por cento de inflação.
Temeroso com o problema
Congelou a emissão
Pois era só um dilema:
Ou isso, ou a inflação.
Aumentando a produção
Com a emissão congelada
Cresceu a reclamação
Da multidão exaltada.
Com coragem o velho irmão
Ficou firme na medida
Fez uma publicação
Para a multidão sentida:
“Se mais dinheiro emitimos
Do que bens a consumir
Logo na pele sentimos
A inflação nos punir”.
Então logo em pouco tempo
Tudo voltou ao normal
Pois com coragem e verdade
Venceu-se a crise afinal.
CLÁUDIO CUELLAR CHAMADO COMO PRESIDENTE DA ESTACA
Em 20-Jun-1992 foi publicada no jornal da Igreja, Church News, a notícia do chamado
de Cláudio Cuellar (19-Mai-1992), nosso genro, para ocupar o cargo de Presidente da Estaca São Paulo. Para seus dois Conselheiros na presidência foram chamados os irmãos Nilo Maria Leal e João Luís dos Santos Oppe.
UMA MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO
(cópia de um trecho da História do Templo de São Paulo)
“No dia 22 de agosto de 1992, estava fazendo selamentos vicários familiares, quando subitamente fui tomado por uma inexplicável e forte emoção. Estava realizando o selamento de Camilo Gagnor e Tereza Crocs, casados em 26-Fev-1927.
Vinha-me forte e repetidamente a frase:
“Este é um casal muito especial”.
Interrompi o selamento pois não podia falar. As lágrimas já me impediam a visão e uma das irmãs presentes socorreu-me com uma caixa de lenços de papel.
Perguntei à irmã Piera, que havia submetido aqueles nomes quem era este casal e a irmã respondeu :
– “Meus avós, e era um casal muito especial.” Eu concordei.
A irmã Piera disse em seguida que há oito anos atrás sentiu a presença de sua falecida avó, Teresa, a qual lhe disse em italiano: – “A domani all’alba”, que significa: Até amanhã de manhã. Ela sentiu que a frase realmente queria dizer: “Até a manhã da primeira ressurreição.”
Relatado por Humberto Silveira, Selador, em Set-1992.” (Redação : Sérgio Munhoz, Secretário do Templo de São Paulo).
CARTA AO CARREFOUR
Em 25-Out-1993 a Glória mandou uma carta ao Gerente Geral da empresa que construiu o Shopping Butantã : “Temos acompanhado admiradamente a construção do Shopping Butantã, obra de sua conceituada empresa. Desde a chegada das máquinas, a poeira dos tratores, os bate-estacas, as principais paredes com lindíssimas curvas arquitetônicas em um excelente trabalho de cimento à vista, as 24 horas de trabalho ininterrupto, a refeição dos operários e, já agora, a aplicação da pavimentação, dando à obra uma já quase total visão de beleza e grandiosidade. Parabéns por tudo isto.
A meu ver, para complementar essa magnífica obra, aqui vai uma sugestão: Um reconhecimento às mãos daqueles humildes operários, possivelmente quase todos do nordeste. Sugiro uma placa, harmoniosamente colocada em algum lugar do complexo, com dizeres mais ou menos assim:
MERCI AUX MAINS DES OUVRIERS DU NORD-EST ! SANS ELLES CETTE OUEVRE NE POURRAIT ETRE CONSTRUITE !
(Obrigado mãos nordestinas ! Sem elas essa obra não poderia ser concluida !
Cordiais Saudações
Maria da Glória Leite Silveira.
Acresce dizer que, infelizmente o pedido foi negado com a alegação de que havia, também, mãos paulistas e mãos de todos os pontos do Brasil ajudando e que, seria discriminatório premiar a maioria nordestina. (NOTA : A firma Carrefour é francesa).
O PRESIDENTE COLLOR NOS ESCREVE
Por ocasião do afastamento do Presidente Collor, de quem éramos grandes admiradores, mandamos-lhe um exemplar do Livro de Mórmon com a escritura abaixo, grifada:
“Mas eis que eu, Jacó, quero falar aos puros de coração. Olhai para Deus com mentes firmes e rogai a êle com ardente fé, e êle consolará vossas aflições, defenderá vossa causa e baixará a justiça sôbre os que procuram a vossa destruição.” – Jacó 3:1.
Algum tempo depois, recebemos uma amável carta de agradecimento.
DESTAQUES DE ALGUNS DE NOSSOS NETOS
Natália – em 1992 visitou a Espanha com seu colégio. Está de namoro firme com o Javier Saez, um excelente rapaz da Igreja, filho do Bispo Pedro.
André – recebeu a algum tempo atrás um destacado diploma no Escotismo, tendo o evento sido
publicado na revista da Igreja “A Liahona”. Recentemente recebeu o diploma “Flor de
Liz”, tendo sido o único detentor do mérito na Igreja aqui no Brasil. Também está bastante adiantado em música (piano) e em desenho arquitetônico.
Marcinho – participou de algumas audições musicais tocando violino. Tem se destacado nas
atividades dos Vanguardas (escotismo da Igreja).
Talita – em 1994 visitou a Espanha com o colégio. É uma moça muito simpática e alegre.
Tiago – em 1994, por ocasião do Programa de Vanguardas da Grande São Paulo, destacou-se
no controle do equipamento de som, tendo recebido do Pres. da Área Brasileira,
Harold G. Hillam, um Certificado de Mérito. O Pres. Hillam mencionou verbalmente o
espírito de serviço do Tiago em sua ajuda à liderança do programa.
Daniel – está estudando saxofone. Gosta muito de futebol.
Fernando – participou de algumas audições musicais tocando piano. É atualmente pianista do
sacerdócio. Tem se destacado no Programa de Vanguardas.
Raquel – Agora saiu da Primária e entrou nas Meninas Moças. É muito estudiosa e ajuda a
mãe tocando piano na Primária.
Lívia – Tem se mostrado uma menina muito estudiosa, levando muito a sério os trabalhos de
escola.
Camila – tem demonstrado à Maria Lídia (sua professora de piano) um grande talento para
música.
Rodrigo – tem se destacado nas apresentações da modalidade da ginástica olímpica. Participou
da competição anual do Esporte Clube Pinheiros, juntamente com mais 15 escolas,
tendo a sua equipe obtido o 2o lugar. Receberam um trofeu muito grande e vistoso.
Marcos Gabriel (Caco) – aos 5 anos, já está alfabetizado.
Leonardo – está (9 anos) estudando computação.
Renato – está participando de natação e ginástica olímpica.
Davi – É muito experto, um exímio trepador de árvores. Tem uma conversa rápida e agradável.
Flavinha – É uma menina muito carinhosa e conseguiu vencer suas dificuldades de leitura.
Rafael (Rafinha) – É um garoto muito alegre e experto.
FIM?
A interrogação já pode ser respondida com um não. Evidentemente novos eventos ocorrerão e coisas esquecidas ainda poderão ser coladas no corpo deste trabalho. Espero que seja útil aos filhos, netos, parentes e mesmo amigos e que, alguém continue o trabalho. Termino citando Eclesiastes 12:13-14 : “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juizo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau.”
Documentos | Humberto & Glória Silveira:
Anotações Biográficas: Humberto e Glória (I)
Anotações Biográficas: Humberto e Glória – PARTE 1
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Cartas Lydia & Oseas
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